TOC: ENTENDA A IMPORTÂNCIA DO SEU TRATAMENTO

por Guido Boabaid
11/04/2023 01/04/2024

O que é o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)?

Por muitos anos o Transtorno Obsessivo Compulsivo foi considerado uma doença rara, então, o que se acredita é que muitas pessoas com este quadro sofram de maneira calada. Elas não exteriorizam às outras pessoas, escondendo seus pensamentos e se envergonhando dos sintomas. Por isso, acabam não procurando ajuda e, então, os profissionais de saúde mental subestimaram o número de pacientes com esta doença. Estima-se que leve em torno de oito anos entre o primeiro sintoma do TOC e a primeira vez em que ele recebeu o diagnóstico por um profissional da área da saúde. Este período é longo e contribui para o sofrimento da pessoa e do seu grupo social.

Pesquisas recentes sobre o TOC

As pesquisas recentes mostram que o Transtorno Obsessivo Compulsivo afeta cerca de 2% da população mundial, o que significa que ele é mais comum do que, por exemplo, a Esquizofreniae outras doenças mentais. Este transtorno atinge uma a cada quarenta pessoas e é considerado uma doença mental grave pela OMS, estando entre as 10 maiores causas de incapacitação. Assim, o TOC é geralmente crônico e, se não tratado, os sintomas permanecem durante toda a vida da pessoa. Raramente os sintomas desaparecem por completo, sendo comum a sua manifestação em flutuações ao longo da vida, com períodos de aumento e diminuição de intensidade.

O TOC pode atingir pessoas de todas os grupos étnicos e de gênero podendo, inclusive, se manifestar na infância, entre os 9 a 11 anos de idade. Nos adultos, ele se manifesta na faixa etária dos 30 anos, mas o pico de maior incidência é em torno dos 20 anos de idade. Portanto, com relação a causa do TOC, o que se sabe hoje em dia é que ele tem base neurobiológica e, como a maioria dos transtornos psiquiátricos, ele tem uma causa multifatorial: são várias as determinantes envolvidas.

Sintomas do TOC

Já se sabe que a doença vai se manifestar de acordo com a interação dos fatores neurobiológicos e das influências ambientais. Acredita-se que as pessoas que desenvolvem o TOC tenham predisposição biológica a reagir de uma forma acentuada ao estresse. Elas são mais sensíveis a isso, e tendem a apresentar pensamentos intrusivos e desagradáveis que vão gerar ainda mais ansiedade. Esse agravante piora os pensamentos da pessoa, e ela acaba desenvolvendo um ciclo vicioso do qual não consegue sair sem ajuda.

O TOC é um tipo transtorno de ansiedade e ele tem base neurológica, ou seja, acontece por algumas alterações desencadeadas no cérebro. As pessoas apresentam pensamentos e comportamentos repetitivos que não tem sentido, são desagradáveis e trazem muito sofrimento por serem difíceis de evitar. O TOC se caracteriza pelas obsessões e convulsões e elas vão ocupar uma quantidade considerável de tempo do portador, interferindo na sua relação familiar e social.

Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que são intrusivos. Ou seja, a pessoa não quer lembrar daquilo, mas estes pensamentos invadem a sua mente sem que ela tenha controle sobre isso. Em consequência, a pessoa fica preocupada, se sente culpada e angustiada. O portador de TOC tem pensamentos repetitivos que, por mais que não queira pensar, ele não tem controle sobre e o pensamento fica ali ao longo do dia, atrapalhando a sua qualidade de vida.

A repetição dos rituais no Transtorno Obsessivo Compulsivo

O único jeito de se livrar dessas imagens intrusivas, por algum tempo, é realizando os chamados rituais, ou comportamentos compulsivos. A pessoa que sofre deste transtorno vai seguir algumas regras rígidas que vão ajudar a aliviar essa ansiedade. Muitas vezes, o paciente com TOC pode apresentar o chamado “pensamento mágico”, ele acredita que se fizer certos rituais, vai conseguir impedir que desastres futuros ou doenças aconteçam pra ele ou para seus entes queridos.

Por conta do medo, muitas vezes os portadores de TOC começam a evitar situações que possam gerar esse temor. E então, esse comportamento que é chamado de “evitação” começa a limitar cada vez mais o paciente. Ele deixa de frequentar lugares que iria, ou de tomar certas atitudes por medo de ter esse tipo de sintoma.

Existem alguns temas que são mais frequentes com relação ao TOC: agressividade, preocupação e medo de situações de violência, ele acha que pode acontecer alguma coisa a qualquer momento então não consegue parar de pensar nisso. Muitas vezes. também a obsessão pode vir relacionado a sujeira e contaminação. O conteúdo dos pensamentos do paciente pode ser de cunho sexual, ou seja, ele apresenta pensamentos que são desagradáveis e isso traz uma repulsa muito grande.

Já nas compulsões, são os rituais repetitivos que vão fazer com que o paciente se sinta um pouco melhor quando realizadas. Há casos onde o paciente não tem tantos pensamentos obsessivos, mas o sintoma principal dele são as compulsões Os rituais que ele não consegue impedir de realizar, como de verificação e checagem. É comum o tempo de duração dessas compulsões serem maior do que quando comparados à repetição, para estes casos a psiquiatria nomeia de Lentidão Obsessiva Primária.

Como tratar o Transtorno Obsessivo-Compulsivo?

Os tratamentos mais eficazes para o TOC envolvem medicações e a terapia. As medicações utilizados são os antidepressivos, eles atuam inibindo a recaptação de serotonina para reduzir o nível de ansiedade. Estes fármacos têm uma ação anti obsessiva, ajudando no controle de pensamentos obsessivos. Assim, é muito comum que, para o tratamento do TOC, seja necessário usar doses maiores que as doses utilizadas na depressão. A resposta a medicação geralmente é mais lenta, podendo levar até 12 semanas.

O teste farmacogenético pode ser uma ferramenta importante para direcionar o tratamento de forma mais assertiva e segura. O exame ajuda a identificar tendências de comportamento dos fármacos no organismo do paciente, indicando quais medicamentos e dosagens devem ser mais adequados. Assim, o teste farmacogenético respeita a singularidade genética de cada indivíduo e isto faz com que as prescrições médicas se tornem mais exatas, diminuindo o sofrimento do paciente, melhorando a taxa de resposta do tratamento e, por consequência, a sua qualidade de vida.

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Referências:

O que é Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Psiquiatra Maria Fernanda Caliani explica o tema

Como tratar o T.O.C (Transtorno Obsessivo Compulsivo)? Psiquiatra Maria Fernanda Caliani Explica

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